Mahoutsukai no Yome traz nesta semana mais um lindíssimo clímax de arco, e mesmo sem grandes lições a serem tiradas concluí uma bela história e muitas considerações interessantes a serem tomadas.
Chise já deixa claro à Alice e o homem da "cara arranhada" que não se importa muito com os planos de Elias para com si mesma, ela apenas o vê como um humilde e gentil indivíduo que a tirou da solidão e oferece oportunidades para que tenha uma vida digna e mágica como nunca antes nem imaginou. Essa questão é um tanto creepy se pararmos para pensar que a protagonista não liga para o que poderia acontecer com ela, caso o mago ancião realmente desejasse seu mal, porém observamos aqui uma personagem que não se atenta em dar tanto valor à vida; a Slay Vega está descobrindo agora as facetas do mundo mágico, então não é como se ela tivesse muito a perder; além disso, como a própria Chise disse dentre alguns diálogos, não é como se os outros entendessem as grandiosidades que o Cara-de-caveira fez para ela, todos estão sempre com olhos tortos à Elias, sem acreditar ou creditar o mago por uma única benevolência sequer. Acaba-se então que ela não importa de ser usada pelo mago se ela já está bem na situação que se encontra.
Quanto ao conteúdo soberano do episódio, o então passado daquele misterioso casal, a trama não poderia trabalhar melhor com uma fábula de amor literalmente às cegas que fizeram com que o homem fizesse de tudo para ajudar sua amada com uma doença mortal - mesmo que isso incluísse assassinar, de maneira super violenta, vários e vários gatos daquela vizinhança que possui tantos felinos. O feiticeiro pilantra que apenas queria se divertir da situação acaba sendo um reflexo do porquê dos mesmos serem odiados naquela região, e inclusive não sendo tão bem aceitos quanto os magos no mundo mágico em geral, salve exceções. A conto, no geral, é bonito e virtuoso como uma história de amor que acabou como um traumático e psicológico passado assombrado até então pela individualidade da corrupção.
O anime enfrenta um certo dilema, pelo qual eu não chamaria de problema, tratando-se da efetividade do clima em questão na série. Não só este arco, mas também muitos outros que virão, situam-se com bastante elementos de suspense e terror, e o anime não passa o total clima de tensão que deveria; principalmente nesse segundo gênero, por possuir uma linearidade em seus traços que são mais finos e não expressam tanto, diferente do mangá, em que os traços conseguem transmitir muita tensão, as cenas pesadas de terror e suspense se agravam muito mais pelos rabiscos mais vivos e literalmente mais sombrios.
Voltando, a relação de Chise com essa história pela imersão ao passado e com todo o drama vivido pelos personagens desse evento fizeram a garota questionar não só o fato das injustiças cometidas pelo rompimento das almas que foram amaldiçoadas, mas também o porquê dessas atitudes acontecerem. E graças àquela mesma fadinha que queria sequestrá-la no primeiro episódio, a Slay Vega pode proporcionar um momento lindíssimo entre o casal que finalmente se encontrou em uma paisagem calma e serena, cercados de flores azuis que simbolizavam não só o amor como a gratidão de conseguirem limpar suas almas; a direção e trilha sonora do anime fizeram da cena um espetáculo áudio-visual de incrível ressonância, tocando até mesmo a própria protagonista, que emotiva pela situação e pelo que conseguiu fazer desesperançosamente, acabou gratificando-se por uma imensa ajuda em aproximar duas almas apaixonadas para toda a eternidade.
Avaliação: ★ ★ ★ ★ ★ (+)